domingo, 25 de setembro de 2011

A geração Z e o papel das tecnologias digitais na construção do pensamento

Por Cristiane Kämpf
10/09/2011
Um adolescente de classe média, hoje na faixa
dos 15 anos de idade, nasceu num período em
que o Google e a internet já faziam parte da
 vida cotidiana de muitas pessoas do seu
universo de convívio, tanto no aspecto social
como educacional. Muito provavelmente, a
Wikipedia é a única enciclopédia que ele
conhece e usa para fazer as pesquisas da
 escola e, com mais certeza ainda, esse
 adolescente maneja com destreza qualquer
tocador de mp3, celular, smartphone, tablet
 ou leitor de e-book e já tentou ensinar seus
 professores, pais ou avós a usar o controle
 remoto da TV de LED ou mesmo a criar um
perfil no Facebook.
Estamos falando do que sociólogos e
publicitários classificam como nativos digitais,
 ou geração Z: pessoas nascidas a partir da
 segunda metade da década de 1990. Esses
 indivíduos, segundo alguns especialistas,
seriam totalmente familiarizados com as últimas
 tecnologias digitais e não encontrariam
dificuldade alguma em aprender a lidar com
 as novidades que aparecem praticamente
todos os dias nesse mercado, diferentemente
 dos membros das gerações que os antecedem.
 O “Z” vem de “zapear”, ou seja, trocar os canais
 da TV de maneira rápida e constante com um
controle remoto, em busca de algo que seja
 interessante de ver ou ouvir ou, ainda, por
hábito. “Zap”, do inglês, significa “fazer algo
muito rapidamente” e também “energia” ou ”entusiasmo”.
É comum ouvir que os jovens de hoje dão
a impressão de terem nascido com um chip
inserido no cérebro, já que parecem assimilar
e fazer uso das novas tecnologias digitais de
modo intuitivo, com muito mais aptidão do
que os adultos. Surge, então, a seguinte questão:
seriam os nativos digitais, portanto, mais
inteligentes, ágeis, independentes e autodidatas
que seus professores, pais ou qualquer outro membro
das gerações anteriores?
Para Marc Prensky, especialista em tecnologia e
 educação pela Universidade de Yale e autor de
 vários livros sobre o assunto, entre eles Ensinando
 nativos digitais (2010), as crianças de hoje já
 nascem num mundo caracterizado pelas tecnologias
e mídias digitais e teriam, portanto, seu perfil
cognitivo (de aprendizado) alterado – essas
“novas crianças”, segundo o especialista, teriam
estruturas cerebrais diferentes e seriam mais rápidas,
capazes de realizar muitas tarefas ao mesmo tempo
 e mais autorais do que as das gerações anteriores.
Para ele, há um claro “gap geracional” entre pais
ou professores e alunos, no que se refere ao modo
como utilizam as novas tecnologias digitais e o que
elas causam em seus cérebros. As ideias de Prensky,
no entanto, não desfrutam de unânimidade.

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