domingo, 25 de setembro de 2011

Jogar videogame ajuda a construir conhecimento?

Tanto Rezende quanto Valente concordam que os games são importantes como meio para criar situações onde o jogador tenha que tomar decisões e desenvolver certas competências, como a de seleção de alternativas, colocando em prática o conhecimento e as estratégias de que dispõe. Mas, como diz Valente, isso, por si só, não é suficiente para construir conhecimento.
A consultora em educação a distância, por sua vez, lembra que os tais bônus dos games, que alimentam o interesse, pertencem a uma lógica de aprendizagem comportamentalista, e a reflexão – parte fundamental do desenvolvimento da autonomia do pensamento – pode ser relegada a um segundo plano. “Não sou contra os games, desde que a narrativa agregue valor ao processo de desenvolvimento da criança – cognitivo e ético”, diz Rezende.
Valente acrescenta que o jogador pode refletir sobre algo que fez e causou um bom ou mal resultado e isso talvez possa levar a algum aprendizado. “Porém, o game seria mais eficiente se, após o término do jogo, alguém mais experiente, um especialista, pudesse retomar as jogadas – certas ou erradas – e provocar a reflexão e, com isso, criar mecanismos para a construção de conhecimento”, opina.
Fantin afirma que pela via do entretenimento, certos jogos permitem a resolução de desafios no plano simbólico e que isso pode estimular novos meios de expressão e interação das crianças entre si e com a cultura mais ampla, mas lembra que, para potencializar tais aspectos, “mais uma vez, o papel da mediação educativa parece ser fundamental”, conclui.

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